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Alerta sobre ferrugem-asiática da soja para a safra 2023/2024

Claudia Vieira Godoy, Claudine Dinali Santos Seixas, Rafael Moreira Soares, Maurício Conrado Meyer, pesquisadores da Embrapa Soja

A semeadura de soja da safra 2023/2024 iniciou sob influência do fenômeno El Niño, com maior distribuição de chuvas na região Sul e menor no Centro-Oeste. O excesso de chuvas no início da safra pode acarretar problemas de tombamento e morte de plântulas em solos com baixa drenagem, enquanto a falta de chuvas pode comprometer a germinação e o desenvolvimento inicial das plantas. Uma doença que os produtores devem ficar alerta é a ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.

Na região Sul, plantas de soja voluntárias e de soja perene (Neonotonia wightii) têm sido encontradas com sintomas de ferrugem e, como consequência, pode ocorrer a incidência precoce da doença. A ferrugem-asiática é a doença mais severa da cultura e o vazio sanitário e a semeadura precoce são as principais estratégias para que as lavouras “escapem” da doença, por haver menor quantidade de esporos do fungo no ambiente nas semeaduras iniciais. As informações sobre a ocorrência de soja voluntária infectada e as ocorrências de esporos do fungo podem ser acompanhadas no site do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net) ou aplicativo de celular disponível para download na Apple Store ou Google Play e, no caso do estado do Paraná, no site do IDR-Paraná.

Informações sobre ocorrências de soja voluntária e soja comercial com ferrugem-asiática, devidamente confirmadas por laboratórios habilitados, podem ser enviadas para a Embrapa Soja, para inserção no site do Consórcio Antiferrugem, para alertar técnicos e produtores. O fungo da ferrugem dissemina-se facilmente com o vento e o seu controle deve ser iniciado preventivamente ou nos primeiros sintomas para maior eficiência. Atrasos nas aplicações podem levar a falhas de controle.

As semeaduras tardias causadas pelo excesso de chuvas no Sul e menor volume de chuvas no Centro-Oeste podem aumentar a janela de semeadura e, nas semeaduras tardias, a doença tende a ser mais severa pelo aumento de inóculo do fungo. Os fungicidas sítio-específicos que controlam a doença pertencem a três grupos distintos: os Inibidores de desmetilação (IDM, “triazóis”), os Inibidores da Quinona externa (IQe, “estrobilurinas”) e os Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, “carboxamidas”). O controle da ferrugem-asiática está cada vez mais difícil pelo fato do fungo P. pachyrhizi apresentar menor sensibilidade aos três grupos de fungicidas sítio-específicos utilizados. Recentemente, foi relatada uma nova mutação no fungo, influenciando a eficiência dos fungicidas que possuem os ingredientes ativos protioconazol e tebuconazol (IDM) na sua composição. A orientação é que fungicidas com esses ativos sejam utilizados em rotação e sempre com a adição de fungicidas multissítios para aumentar a eficiência de controle.

Informações sobre a eficiência dos fungicidas para controle da ferrugem-asiática na safra 2023/2024 estão disponíveis na publicação “Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2022/2023: Resultados sumarizados dos ensaios cooperativos (Circular Técnica 195), disponível gratuitamente para download.

 

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

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