Roberta Aparecida Carnevalli e Henrique Debiasi, pesquisadores da Embrapa Soja

A base para uma produção agrícola de sucesso é o solo. A maneira como o produtor trata seu solo reflete diretamente no resultado final da safra. Mas será que todos sabem olhar para o solo e visualizar o que realmente está acontecendo? Será que todos os produtores têm auxilio técnico nesse monitoramento? E ainda, técnicos têm equipamentos específicos para essa avaliação? Será que o que vemos é suficiente? Precisamos enxergar nossos solos além do que vemos!

Pensando nisso, a Embrapa Soja juntamente com a UEL desenvolveu uma metodologia para Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES). O DRES é um método para qualificar a estrutura da camada superficial do solo, baseado em características detectadas visualmente em amostras dos primeiros 25 cm, sem uso de equipamentos caros e complexos.

As avaliações nas amostras constam da observação de tamanho e forma dos agregados e torrões, presença ou não de feições de compactação ou outra modalidade de degradação do solo, forma e orientação das fissurações, rugosidade das faces de ruptura, resistência à ruptura, distribuição e aspecto do sistema radicular e evidências de atividade biológica. A partir desses critérios, atribui-se uma pontuação de 1 a 6, onde ”6” é indicativo de melhor condição estrutural e “1” representa o solo totalmente degradado.

O DRES é de fácil aplicabilidade, possibilita o monitoramento espacial e temporal e a comparação de áreas com diferentes situações de manejo e, ainda, considera outros efeitos dos processos de degradação, como predomínio de estruturas desagregadas, associadas à compactação e à erosão e as evidências de recuperação da estrutura do solo.

Esta ferramenta proporciona a identificação de áreas ou situações que mereçam estudos mais aprofundados ou ações de readequação do manejo. Tal procedimento é de execução rápida, pois necessita de pequena intervenção, mediante abertura de mini-trincheira para avaliar os 25 cm superficiais do solo, camada comumente modificada pelo manejo.

O DRES pode ser utilizado tanto para diagnosticar a estrutura do solo como, também, para o monitoramento após aplicadas as ações de melhorias. Pode-se avaliar a resposta de um mesmo solo a diferentes formas de manejo, de um mesmo manejo ao longo do tempo ou efeitos imediatos de práticas agrícolas e como esses efeitos evoluem no tempo.

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja