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A boa gestão de uma lavoura pode render mais do que sua alta produtividade

Amélio Dall’Agnol, pesquisador aposentado da Embrapa Soja

O Brasil é uma potência agrícola e deve muito desse sucesso ao desenvolvimento e uso de modernas tecnologias de produção. A modernização do campo, a partir da utilização de máquinas mais sofisticadas e tecnologias mais eficazes, levou a agricultura brasileira a novos patamares de eficiência e produtividade. Contudo, com a introdução dessas novidades em máquinas e modernas tecnologias de produção, a gestão da atividade agrícola foi se tornando mais sofisticada e complexa e, por isto, muitas vezes, tem ficado em segundo plano, embora sua utilidade seja de fundamental importância. A rentabilidade do negócio agrícola pode depender mais de uma gestão eficiente do que de uma grande produção.

Gerenciar um empreendimento agrícola é desafiador, pois se trata de um negócio complexo, com muitas variáveis internas e externas, com processos de naturezas distintas para serem gerenciados ao mesmo tempo. A gestão rural integra processos que ajudam o agricultor a tomar decisões mais rápidas e mais corretas na administração do seu negócio agrícola. Ter um eficiente controle sobre os custos e a renda auferida no negócio é de fundamental importância, assim como é importante garantir o bem-estar e a satisfação dos funcionários que atuam na propriedade, objetivando evitar mal feitos no exercício das suas tarefas. 

Muitos produtores ainda têm dificuldades para mensurar financeiramente o resultado do seu negócio rural e são poucos os que fazem planejamento financeiro, controle de custos e de resultados. Dentre as atividades de boa gestão está o manejo do solo: a “galinha dos ovos de ouro” de um bom manejo da lavoura. Diferente da agricultura, que conta com mais de dez mil anos de funcionamento, a administração rural é uma ciência relativamente recente. Foi criada apenas no século passado por estudiosos de ciências agrárias de universidades americanas e inglesas, que aplicaram conceitos administrativos para melhorar o gerenciamento das operações do campo e, assim, aumentar a produção e a lucratividade das fazendas. 

Uma boa gestão rural começa pelo diagnóstico da propriedade, continua com os controles dos custos da produção e segue pela capacitação da mão de obra empregada na fazenda. Pode estar na aplicação prática dos princípios da administração rural a chave para manter uma propriedade agrícola ativa, produtiva, rentável e sustentável econômica e ambientalmente. Esses princípios não se limitam a reduzir custos, embora isso também seja importante. 

A agricultura moderna tornou as propriedades rurais mais complexas, e passíveis de serem modificadas em função da aplicação de novas ferramentas tecnológicas. Uma gestão rural de sucesso está estruturada em processos, pessoas e ferramentas. Para que esse tripé funcione é fundamental ter funcionários engajados aos objetivos do negócio rural. Para se ter engajamento é necessário estabelecer treinamentos e um sistema de comunicação permanente. É por isso que todo produtor rural precisa encarar o seu negócio como uma empresa.

Somente uma administração rural eficiente é capaz de organizar as diversas etapas da produção, garantindo produtividade e lucratividade ao agricultor.

 

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

 
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