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Inovar, para produzir e lucrar mais

Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja

Que as produtividades nos campos de produção agrícola brasileiros cresceram significativamente a partir da década de 1970, e muito especialmente a partir da década de 1990, não é desconhecimento de ninguém no Brasil e no exterior. Grãos, fibras e carnes deram um salto em produtividade e, consequentemente, na produção, digno de registro e admiração. Afinal, o Brasil não é tido como um país tropical subdesenvolvido? Por que com o agronegócio está sendo diferente? Porque o agro brasileiro conta com os mais eficientes e dedicados agricultores do planeta, obtendo produto tipo exportação e que apostam na tecnologia como principal ferramenta para ter sucesso.

Dentre os principais avanços tecnológicos adotados pelos nossos produtores ao longo dos últimos 50 anos, cabe ressaltar a adoção do sistema plantio direto (SPD) que viabilizou o milho “safrinha”. O SPD viabilizou a 2ª safra do cereal, porque primeiro possibilitou a antecipação da semeadura da soja, dispensando o revolvimento do solo para o seu estabelecimento. A lavração e depois a gradagem de uma lavoura promove o ressecamento do solo, que, consequentemente, precisa esperar por uma chuva para ser semeado. Isto pode demorar dias ou semanas, o que não acontece com o SPD, cuja umidade fica protegida sob a palhada e permite o plantio imediatamente após a colheita da cultura anterior.

Mas não é sobre o SPD que nós queremos concentrar nosso bate papo, e sim sobre outra ferramenta, esta mais recente, que também está revolucionando a agricultura brasileira: o sistema iLPF, que integra o cultivo de lavouras com a de pastagens e florestas. Neste espaço, vamos nos fixar apenas na alternativa lavoura com pecuária (iLP), a mais explorada, visto que a opção lavoura com florestas ainda é muito pouco praticada e pecuária com florestas tem importância relativa menor do que lavouras com pecuária e poderá ser opção de análise em outra oportunidade.
O plantio sucessivo de uma cultura na mesma área esgota unilateralmente a fertilidade de um solo e incrementa as pragas e inóculo de doenças dessa cultura. A alternância pasto-lavoura é uma excelente ferramenta para reduzir esse problema e recuperar milhões de hectares de pastagens degradadas Brasil afora e incorporá-las ao processo produtivo de grãos e, posteriormente, devolvê-las à produção pecuária, mas em outro nível de produtividade.

As vantagens pela adoção do sistema iLP são muitas, dentre as quais vale ressaltar a diversificação de atividades dentro da propriedade promovendo o melhor equilíbrio de fluxo de caixa e a redução do custo de reforma de pastagens. O sistema auxilia, ainda, na formação de palhada de qualidade para o SPD que contribui, por sua vez, para interromper o ciclo de desenvolvimento de pragas e doenças e para redução de plantas invasoras da lavoura, além da otimização do uso do maquinário. “No dia que o pecuarista tratar sua pastagem como uma lavoura, descobrirá o que é produtividade” (PRODAP).

 

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

 
 
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