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Molibdênio, nutriente essencial na fixação do nitrogênio em soja

Amélio Dall’Agnol e Marco Antonio Nogueira, pesquisadores da Embrapa Soja

O molibdênio (Mo) é um nutriente indispensável para o desenvolvimento da soja, embora requerido em quantidades muito pequenas; 30 g/ha são suficientes para a necessária nutrição da lavoura. É um dos micronutrientes exigidos em menor quantidade e um dos que estão presentes em menor concentração nos solos.

O molibdênio é um dos mais importantes na realização de diversas reações bioquímicas, entre elas as que permitem a obtenção do nitrogênio atmosférico (N2) por meio da fixação biológica de nitrogênio (FBN), processo realizado nos nódulos das raízes por bactérias que o transformam em amônio (NH4+) e o torna assimilável pela planta. Plantas com deficiência de molibdênio ficam amareladas, com sintomas de deficiência de nitrogênio, indicando sua importância na FBN. Além disso, o molibdênio também atua na enzima redutase de nitrato, a qual participa na assimilação do nitrato absorvido do solo pela planta.

O molibdênio é encontrado em todas as rochas da crosta terrestre e seu teor no solo varia com o material de origem, de 1 mg/kg a 40 mg/kg. Via de regra, os solos brasileiros são pobres no nutriente e pode haver necessidade de adicioná-lo como fertilizante. Em condições de deficiência de molibdênio, a alta demanda nos nódulos pode competir com o restante da planta.

Como as quantidades do elemento requeridas pelas plantas de soja são pequenas, a sua aplicação via sementes é uma forma de suprir as necessidades para corrigir eventuais deficiências. Entretanto, muitos sais de molibdênio e suas formulações são incompatíveis com as bactérias fixadoras de nitrogênio inoculadas via sementes. Nesse caso, a suplementação com molibdênio pode ser feita via adubação foliar, nas fases iniciais do desenvolvimento da cultura, entre os estágios V3-V5.

A deficiência de molibdênio é mais frequente em solos ácidos e, também, há mais tempo explorados pela agricultura e sem reposição do micronutriente. Nesses casos, a resposta à sua aplicação é maior. Quase 60% do nutriente requerido pela soja são absorvidos nos primeiros 45 dias, razão pela qual deve ser fornecido o mais cedo possível para a cultura. Outra forma de fornecimento de molibdênio é o uso de sementes enriquecidas com o elemento. Nesse caso, os campos de produção de sementes recebem aplicações complementares em diversas fases do ciclo da cultura para que as sementes produzidas contenham maiores teores do micronutriente, o que se reflete na maior eficiência da FBN nas plantas originárias das sementes enriquecidas.

A quantidade de molibdênio requerida na adubação da soja é pequena, mas seus resultados podem ser grandes.

 

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

 
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