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Entenda a importância do nitrogênio na nutrição da soja

Amélio Dall’Agnol e Marco Antonio Nogueira, pesquisadores da Embrapa Soja

O nitrogênio lidera em quantidade os nutrientes requeridos pela soja, sendo necessários cerca de 80 kg para cada tonelada de grãos produzidos, dos quais cerca de 60 kg são exportados e 20 kg permanecem no sistema de produção.

Ele participa de todas as fases de desenvolvimento da planta: do crescimento vegetativo ao enchimento de grãos e é absorvido do solo nas formas minerais NO3- e NH4+. Entretanto, a principal fonte de N da soja brasileira vem da atmosfera, não do solo. Cerca de 80% dos gases que compõem a atmosfera são moléculas de nitrogênio (N2) e a fixação desse nitrogênio pela associação de bactérias do gênero Bradyrhizobium com as raízes da soja, transforma o nitrogênio atmosférico em formas assimiláveis pela soja, em troca de abrigo, nutrientes e compostos fotoassimilados que as bactérias precisam para sobreviver. É uma parceria do tipo ganha-ganha, denominada de simbiose.

O nitrogênio mineral é bastante dinâmico no solo e passa por várias transformações que o expõe a perdas como lixiviação e desnitrificação, por isso a fonte biológica, além de mais barata, é também mais favorável ao ambiente. Práticas de manejo que favoreçam o aumento da biomassa microbiana e da matéria orgânica do solo também favorecem o armazenamento do nitrogênio nos compartimentos orgânicos, seja na própria biomassa microbiana, seja na matéria orgânica do solo, que são importantes reservatórios desse nutriente no solo e que será importante no sistema de produção.

Os grãos de soja contêm cerca de 40% de proteína e 15% dessa proteína é nitrogênio. Estão entre os que mais exportam nitrogênio: quatro vezes mais do que os grãos de gramíneas, como o milho e o trigo, por exemplo. Apesar disso, o custo aos sojicultores com o suprimento desse elemento à soja é baixo, comparativamente às gramíneas, que demandam altas doses de fertilizantes nitrogenados. Por sua vez, as gramíneas cultivadas após a soja também se beneficiam do nitrogênio residual que é deixado em seus restos culturais, o que ajuda a diminuir a demanda por fertilizante nitrogenado pelos cultivos em sucessão. A soja inoculada corretamente dispensa a adubação nitrogenada. Para que esse benefício seja maximizado, devem ser usados inoculantes de qualidade e adotadas as boas práticas de inoculação recomendadas pela pesquisa.

A planta de soja acumula nitrogênio nas folhas até a fase de formação das vagens, a partir de quando ela o transloca das folhas para a formação das vagens e o enchimento dos grãos. A adubação da soja com fertilizantes que contenham N é desnecessária, pois o fertilizante prejudica a simbiose em doses acima 20 kg/ha de N. Portanto, só é recomendável utilizar um formulado que contenha N na adubação da soja se esse for mais barato que um formulado sem N, para as mesmas quantidades de P e K fornecidas e não trouxer mais que 20 kg/ha de N na dose aplicada.

 

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

 
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