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Mancha-alvo, importante doença da soja

Amélio Dall’Agnol e Rafael M. Soares, pesquisadores da Embrapa Soja

A mancha-alvo é causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Essa doença está cada vez mais comum nas lavouras de soja e isso se deve ao aumento do uso de cultivares suscetíveis, da sucessão da soja com culturas que também são atacadas pelo fungo e da resistência do fungo a fungicidas.
Corynespora cassiicola infecta mais de 400 espécies de plantas, entre elas o algodão, o feijão, a crotalária e diversas plantas daninhas.

O nome da doença deriva das lesões circulares em folhas, com um ponto negro no centro, que sugere um alvo. Além das folhas, podem ocorrer sintomas em pecíolos, hastes e vagens. A semeadura de cultivares suscetíveis, em condições favoráveis (temperatura entre 20 oC e 30 oC e umidade relativa do ar acima de 80%), pode acarretar evolução rápida da doença e promover desfolha prematura da planta, podendo resultar em perdas de até 40% de produtividade.

O fungo sobrevive em restos culturais e em sementes infestadas, por isso é recomendado fazer rotação de culturas e tratar as sementes com fungicidas. Além dessas estratégias, o manejo da doença pode ser feito com a semeadura de cultivares resistentes ou tolerantes e com o uso de fungicidas.

As opções de fungicidas eficientes são limitadas, principalmente em razão da resistência do fungo aos fungicidas dos grupos dos metil benzimidazol carbamato (MBC, “benzimidazóis”) e dos inibidores da quinona externa (IQe, “estrobilurinas”) e da menor sensibilidade aos inibidores da succinato desidrogenase (ISDH, “carboxamidas”), relatada principalmente no Mato Grosso.

Embora seja um fungo cosmopolita, presente em quase todas as regiões produtoras de soja do Brasil, seus danos ocorrem com intensidades diferentes entre as regiões, em razão, principalmente, das variações das condições ambientais, das cultivares utilizadas e dos sistema de sucessão de culturas. A região Centro-oeste, por exemplo, é mais afetada do que a região Sul, onde a mancha-alvo pode ser considerada uma doença secundária.

A sucessão de soja com algodão ou crotalária no Centro-oeste, ambas hospedeiras do fungo, associada a melhor distribuição de chuvas, explica a maior severidade da doença nessa região. A rotação e sucessão com milho ou outras gramíneas é mais adequada para redução do inóculo de C. cassiicola.

 

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

 
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