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Tecnologia e produtividade no agro brasileiro

Segundo o IBGE, nas últimas décadas não houve apenas mudanças na adoção de modernas tecnologias de produção. Também mudaram as ferramentas de trabalho.

Atualmente, até o mais humilde produtor rural tem ciência da importância da tecnologia para
o sucesso da sua atividade. Desde os primórdios do descobrimento do Brasil até 1970, a
produtividade agrícola no país esteve muito dependente da fertilidade natural dos solos. Onde
o agricultor não contava com tal benesse, quase não havia produção. Esta era a realidade do
Bioma Cerrado, por exemplo, onde o solo é naturalmente infértil e o teor de matéria orgânica
é baixo, razão pela qual, a produtividade das poucas lavouras estabelecidas na região era baixa
e, como consequência, predominavam as pastagens nativas e improdutivas.

Nos anos pós 1970, o Brasil experimenta uma evolução tecnológica na agricultura. Práticas
modernas de manejo do solo e dos cultivos estão incrementando a produtividade. Destaque
para as melhorias na adubação/calagem, na adoção do Sistema Plantio Direto (SPD), no
desenvolvimento de sistemas que integram lavoura e pecuária e no uso de irrigação, que
cresceu 50% de 2006 a 2017. O Cerrado é uma prova desta mudança, que o transformou de
Bioma improdutivo e desprezado, no maior centro produtor de grãos, fibras e carnes do País.
O Censo Agropecuário do IBGE de 2017 indicou que nos 11 anos transcorridos entre os Censos
de 2006 e 2017, muitos aspectos melhoraram no campo brasileiro. A produtividade da soja
cresceu 30%: (2.583 kg/ha em 2006 ante 3.358kg/ha em 2017), enquanto o rendimento do
milho cresceu 60%, o do feijão 46% e o do algodão 30%. Se estendermos o período para
1985/2017, a produtividade da soja aumentou 89%, a do arroz 271%, e a produção de leite
173%.

O estudo indicou, ainda, que o aumento na produtividade deu-se apesar de 120.000
produtores rurais terem informado que deixaram de receber assistência técnica, intuindo que
buscaram informações de outras fontes. Inclusive, vizinhos mais antenados com as novidades
tecnológicas podem ter servido de inspiração para que esses produtores desassistidos
melhorassem o jeito de cultivar a terra e incrementassem o rendimento.

Segundo o IBGE, nas últimas décadas não houve apenas mudanças na adoção de modernas
tecnologias de produção. Também mudaram as ferramentas de trabalho. O número de
tratores, por exemplo, aumentou 50%, o de semeadeiras 12%, as adubadoras cresceram 71% e
o de colheitadeiras 48%.

Infelizmente, com a melhoria das condições de trabalho no campo, houve dispensa de mão de
obra. As máquinas substituíram muitos trabalhadores. Em 1985, havia 23,4 milhões de pessoas
ocupadas no campo e em 2017 eram apenas 15,1 milhões; queda de 64,5%. Se houve êxodo
rural? Não se pode afirmar, apesar de o estudo constatar que os jovens estão menos
interessados pelas atividades do campo. O Censo indicou, por exemplo, que o número de
proprietários rurais com menos de 45 anos caiu de 39,4% para 30%, indicando envelhecimento
da população rural.

Com a modernização da agricultura, o rendimento das lavouras aumentou e o lucro também,
dando ao agricultor condições para adquirir – não apenas as máquinas e equipamentos que
facilitam o trabalho no campo – mas também o telefone, a internet e o automóvel da família,
facilidades que poderiam estimular a permanência do jovem na propriedade rural, onde, agora
com mais dinheiro no bolso, poderia usufruir de uma vida mais confortável do que na cidade.

 

Fonte:https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja

 
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